sexta-feira, 3 de abril de 2015

Segunda caixa-preta confirma que copiloto derrubou avião na França

Imagem liberada nesta sexta-feira (3) mostra a caixa-preta danificada do avião da Germanwings (Foto: Reuters)
Os dados de voo registrados no equipamento encontrado na quinta-feira parecem corroborar evidências da gravação na cabine da aeronave recuperada da primeira caixa-preta, horas após o acidente em 24 de março.
"Uma primeira leitura mostra que o piloto na cabine usou o piloto automático para colocar a aeronave em uma descida em direção a uma altitude de 100 pés", disse o Escritório de Investigação e Análise para a Segurança da Aviação Civil da França (BEA, na sigla em francês), em comunicado.
"Depois, o piloto modificou diversas vezes as configurações do piloto automático para aumentar a velocidade da avião, enquanto o mesmo descia", acrescentou.
Procuradores têm afirmado que as gravações registradas na primeira caixa-preta sugerem que o copiloto Andreas Lubitz, de 27 anos, se trancou na cabine do avião e direcionou a trajetória da aeronave em direção à queda nos Alpes franceses.
O gravador de dados do voo possuiu uma leitura detalhada de centenas de parâmetros, incluíndo comandos feitos a partir do assento do copiloto do voo. O BEA afirmou que ainda está trabalhando para esclarecer os fatos envolvendo o voo que antecederam o acidente, que matou 150 pessoas.
Procuradores alemães disseram na quinta-feira que Lubitz fez buscas na Internet sobre formas de cometer suicídio dias antes do acidente, assim como pesquisas sobre portas de cabine e precauções de segurança.
Mulher ajoelha em frente a velas e flores deixadas no aeroporto de Duesseldorf, na quarta-feira, em homenagem à tragédia aérea (Foto: Wolfgang Rattay/Reuters)
Identificação das vítimas
Os restos retirados da região permanecem no laboratório montado próximo ao terreno, que envia ao Instituto de Pesquisa Criminal da Gendarmaria da França (IRCGN, sigla em francês) somente uma pequena amostra da qual é possível extrair o DNA correspondente.
A comissão de especialistas que trabalha na identificação dos restos mortais do Airbus A320 informou nesta segunda que levará "de dois a quatro meses" para divulgar os resultados das análises.
"Nenhuma identidade será informada até que se tenha o resultado de todas as análises, e isso levará de dois a quatro meses", disse a um grupo de veículos da imprensa internacional,  o coronel François Daoust, diretor do IRCGN. Daoust ressaltou que os especialistas não podem garantir que todas as vítimas serão identificadas.
No entanto, diante da notícia da tragédia, alguns familiares, empresas e órgãos oficiais dos países divulgaram nomes de pessoas que estavam no voo logo depois de sua queda.

G1

Americano é resgatado depois de passar 66 dias à deriva no oceano

Louis Jordan (segundo da esquerda) caminha em direção ao hospital em Norfolk, após ter sido encontrado, nesta quinta (2) (Foto: AP)

Um americano que passou 66 dias à deriva em um veleiro no Oceano Atlântico foi resgatado de maneira milagrosa por um helicóptero, informou a Guarda Costeira dos Estados Unidos.
Louis Jordan, de 37 anos e considerado desaparecido desde 29 de janeiro, quando saiu para pescar, conseguiu sobreviver capturando peixes com as mãos e bebendo água de chuva, segundo oficiais da Guarda Costeira.
Ele foi levado para um hospital de Norfolk, no estado da Virginia, por um helicóptero que o resgatou no navio alemão Houston Express, que o encontrou à deriva a 322 km das costas da Carolina do Norte.
Frank Jordan, pai de Louis, afirmou ao canal CNN que sempre acreditou que o filho conseguiria sobreviver, apesar da inexperiência como navegador. Ele disse que a "forte constituição" e a fé ajudaram o filho.
"Ele já me ligou e contou que passou o tempo todo rezando", disse.

Terra

Avião faz pouso forçado em Veneza, na Itália

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Um avião da Germanwings que ia de Hannover, na Alemanha, a Roma, na Itália, foi obrigado a fazer um pouso de emergência no aeroporto Marco Polo, em Veneza, após duas pessoas passarem mal.

“Era viciada em drogas, desde cigarro a cocaína”, diz Urach

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Andressa Urach foi a convidada de “Gugu”, no programa da noite dessa quinta-feira (2). Usando uma roupa comportada e falando bastante em Deus, diferente da “antiga Andressa” como ela se refere ao passado, a modelo contou para o apresentador que era viciada em cocaína.
“Há seis anos eu estava no mundo, depois que meu casamento acabou e eu tive aquela decepção, o álcool e as drogas vieram para a minha vida. Era uma pessoa que estava viciada em drogas, desde cigarro a cocaína. O pó estava fazendo parte da minha rotina, não tinha mais animo, nem estímulo”.
Questionada se já tinha chegado a trabalhar sob o efeito de entorpecentes, Andressa disse que sim.
“Eu já tinha cara de louca, de drogada, ninguém percebia. As pessoas não percebiam o fundo do poço que eu estava”.
A modelo voltou a contar que fez pacto com uma entidade para conseguir a fama e que estava destruindo as pessoas com trabalhos de macumba.
“Eu passava por cima de qualquer pessoa se tivesse que chegar lá na frente. Eu destruía as pessoas, vivia fazendo mal através de macumba”.
Sobre sua conversão, Andressa disse que muita gente se afastou depois de sua mudança.
“Nenhum amigo foi me visitar quando eu estava em coma. Muitas pessoas duvidam da minha conversão, mas eu renasci, acredito num Deus vivo hoje”.
Dois médicos que cuidaram de Andressa foram ao palco do programa. “Eles salvaram a minha vida, Gugu. Eles esfregavam minha carne para tirar o hidrogel, meu sistema respiratório parou, meu rim parou, eu fiquei tão inchada que parecia pesar 160 quilos. Eles salvaram a minha vida”, disse emocionada.

Reencontro com o pai

ponto alto da atração foi a presença do pai da modelo, Carlos Alberto Urach, no palco. Durante a primeira internação de Urach, em dezembro de 2014, o pai foi visitá-la após 12 anos sem vê-la, mas eles acabaram brigando.
“Meu pai fez muita falta na minha vida, sabe? A última vez que tínhamos nos encontrado eu tinha 15 anos. Ele foi ao hospital me visitar, e eu pedi para ele não dar entrevista para outras emissoras porque eu poderia perder o emprego. Ele fez totalmente o contrário, então fiquei brava liguei, falei falando que a filha dele tinha morrido”, disse ela. “Quando me converti, aprendi que a gente tem que perdoar, eu perdoo meu pai”.
Após ler uma carta emocionante para a modelo, Gugu fez suspense, mas revelou que ele estava no programa. Os dois se abraçaram e choraram.
“Me perdoa pai, eu sempre quis você por perto, me perdoa”, disse Andressa abraçada ao pai. “Eu perdoo e peço perdão também”, completou Carlos Alberto.

Uol

Projeto da Zona Franca do Semiárido beneficiará seis estados do Nordeste


O projeto que cria a Zona Franca do Semiárido Nordestino de autoria do deputado federal, Wilson Filho (PTB), beneficiará seis estados da região. Com o centro em Cajazeiras, a isenção de impostos será possível em uma área que compreende um círculo num raio de 250 quilômetros, chegando aos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Bahia.

O deputado revelou que já conta com apoios importantes no Congresso para que o projeto seja votado em plenário e aprovado. “Nós já temos o apoio do coordenador da bancada do Nordeste na Câmara e de toda bancada da Paraíba. Temos ainda a garantia dos presidentes Eduardo Cunha e Renan Calheiros de que o projeto irá para a pauta do plenário o mais breve possível. Temos também um apoio importante que é do ex-presidente Lula”, disse.

De acordo com Wilson Filho, o projeto foi reapresentado em 2011 já que ele foi apresentado primeiro por Wilson Santiago em 2003. Segundo ele, a Zona Franca do Semiárido Nordestino tem toda semelhança com a de Manaus. “É uma área com isenção de impostos para que empresas, indústrias, fábricas, possam ser instaladas gerando milhares de empregos”, destacou.

Projeto – Com a área de abrangência em forma de circulo com um raio de 250 km, em uma linha reta, a Zona Franca do Semiárido Nordestino chegará a Campina Grande, Picuí, Patos, Sousa, Cajazeiras, Princesa Isabel, Catolé do Rocha, além de municípios do Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Bahia que estarão trabalhando pela Zona Franca gerando mais empregos e renda.

“É um projeto que pode mudar radicalmente a economia do nosso Nordeste, começando pela Paraíba. Não podemos mais ficar aqui em Brasília mendigando apenas poços artesianos, que é muito importante, mas se mudarmos a economia isso não será mais problema. Nós poderemos garantir a duplicação da BR-230 porque isso será economicamente viável. Nós iremos criar hospital no Sertão, mais universidades, aeroportos, fazendo com que o Sertão cresça junto com Campina Grande e João Pessoa. Tenho certeza que num futuro bem breve estaremos trabalhando com essa nova realidade na economia da Paraíba”, afirmou o deputado Wilson Filho.


Assessoria

Terceira 'lua de sangue' em menos de um ano deve durar menos de 5 minutos

Terceira 'lua de sangue' em menos de um ano deve  durar menos de 5 minutos
Na manhã deste sábado (4), quem estiver no oeste dos Estados Unidos, em parte da Oceania ou da Ásia Oriental poderá contemplar o terceiro eclipse lunar total em menos de um ano.
O fenômeno começa às 7h16 (horário de Brasília) de sábado, segundo a Nasa. Às 8h58, a Lua estará completamente encoberta pela sombra da Terra. Mas será um espetáculo rápido: nos locais em que será possível observá-lo, o eclipse total deve durar apenas 4 minutos e 43 segundos.
Será neste momento que a Lua ficará com a cor avermelhada, efeito que rende ao eclipse o apelido de "Lua de sangue". A cor característica tem origem na passagem dos raios solares pela atmosfera da Terra, dispersando a luz vermelha e laranja.
Segundo o astrônomo Gustavo Amaral Lanfranchi, coordenador do curso de Astrofísica da Universidade Cruzeiro do Sul, a peculiaridade do fenômeno se deve ao fato de ele fazer parte de uma tétrade: são quatro eclipses lunares totais seguidos. O primeiro ocorreu em abril do ano passado, o segundo em outubro, o terceiro deve ocorrer neste sábado e o quarto em 28 de setembro.
"Isso é uma coisa bem rara de acontecer. O último aconteceu entre 2003 e 2004 e o próximo está previsto para 2032 e 2033", diz.

G1

Grave acidente no Agreste da PB deixa um morto e quatro feridos na manhã de hoje

Grave acidente no Agreste da PB deixa um morto e quatro feridos na manhã de hoje
Uma pessoa morreu e quatro pessoas ficaram feridas após um grave acidente envolvendo uma moto e um carro na BR-104 na manhã desta sexta-feira. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu por volta das 10h, entre as cidades de Barra de Santa Rosa e Remígio (Agreste do estado). 
De acordo com informações da Polícia, um pneus do carro teria estourado e o motorista perdeu o controle após o problema e invadiu a pista contrária, colidindo na motocicleta.
Com o impacto, a moto desceu uma ribanceira. As vítimas foram levadas para hospitais da região por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Caos: Pessoenses encontram caixas eletrônicos sem dinheiro

Longas filas se formaram em caixas eletrônicos dos principais bancos de João Pessoa, nesta quinta-feira (2), devido à falta de dinheiro nos terminais de atendimento espalhados pela cidade. O problema foi ocasionado pela paralisação de advertência promovida pelos vigilantes de transporte de valores da Paraíba, promovida ontem dia 1º.
O desabastecimento bancário atingiu, principalmente, os terminais de João Pessoa e provocou uma onda de reclamações nas redes sociais. Dentre os locais de maiores queixas, estão os caixas do Banco do Brasil no Mag Shopping, em Manaíra; do Espaço Cultural, da avenida Epitácio Pessoa, no Bairro da Torre, na Zona Norte; e ainda no Jardim Cidade Universitária, nos Bancários, Zona Sul da Capital. Sem acesso ao dinheiro, só resta aos clientes recorrer ao uso dos cartões de crédito.

Morre idosa de 101 anos que virou hit na internet em foto com bebê

Rosa Camfield, norte-americana que morava em Chandler, Arizona, comoveu os internautas ao protagonizar a foto, em que aparece abraçada com a criança, uma menininha batizada de Kaylee (Foto: Sarah Hamm/AP)
Uma idosa de 101 anos que virou hit na internet depois que uma foto dela segurando sua bisneta foi divulgada morreu na última segunda-feira (30), de acordo com familiares.

Rosa Camfield, norte-americana que morava em Chandler, Arizona, comoveu os internautas ao protagonizar a imagem, publicada em uma rede social, em que aparece abraçada com a criança, uma menininha recém-nascida que foi batizada de Kaylee.
A fotografia foi feita no último dia 17. Segundo membros da sua família, Rosa morreu de forma tranquila, enquanto dormia.

Padre cozinheiro ensina receita portuguesa de bacalhau para Páscoa

Padre diz que vinho verde pode dar um sabor especial na receita (Foto: Natália Mello / G1)
O padre Carlos Augusto é pároco há seis anos da igreja Santa Maria Goretti, no bairro do Guamá, em Belém. Ele desenvolve trabalhos com a comunidade e com a pastoral do turismo, porém, segundo seus amigos de Cúria, o religioso é famoso por trocar o altar pelo fogão: o padre adora cozinhar e faz receitas que, segundo seus colegas de ofício, são de comer rezando.
“Gosto de cozinhar e também de comer. É tão bom quanto cozinhar”, cita o padre, que é filho de portugueses que migraram para o Brasil em 1969. “Meu pai era cozinheiro do exército português. Ele cozinhava para quem servia na época da guerra na Angola. Na minha casa todo mundo sabe cozinhar”, revela.

Segundo Carlos Augusto, os rituais da mesa resgatam a tradição lusitana. “Cozinhar, comer, me remete muito à minha realidade familiar. Português é de acolher alguém com comida. Eu gosto de estar na cozinha, fazer a comida e ver as pessoas comendo”, destaca.

Em homenagem ao feriado da páscoa, o padre ensinou para o G1 uma receita de bacalhau a Gomes de Sá. “É uma receita tradicional portuguesa fácil de ser feita e gostosa. Aprendi com meus pais. Quando minha mãe fazia bacalhau no decorrer do ano era assim. É mais prático. A bacalhoada ficava mais para as épocas festivas quando a maior parte da família se reúne, como o natal”, relembra.
Segundo o padre-chef, o bacalhau não necessita de acompanhamentos. “Em casa a gente come apenas ele, porque tem o peixe, o carboidrato, que é a batata, a cebola, mas pode comer arroz, com salada de legumes cozidos, com salada de grão de bico”, sugere.
Apesar da simplicidade, a receita tem um ingrediente secreto opcional: o vinho verde branco, original da província portuguesa de Trás-os-Montes. “Meus pais são nascidos em Freguesias de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, uma região montanhosa que fica no Norte de Portugal”, conclui.

G1

Aprenda a fazer o bacalhau do padre Carlos Augusto:
Bacalhau Gomes de Sá
Ingredientes:
- 500 gramas de bacalhau
- 1 quilo de batata
- 500 gramas de cebola
- 1 vidro pequeno de azeitona
- 1 maço de salsa
-  500 ml de azeite extra virgem

Ingredientes do bacalhau do padre (Foto: Natália Mello / G1)

Corte o filé do bacalhau em lascas e dessalgue em água fria, trocando a água de 4h em 4h durante um dia inteiro. Fazer esse procedimento um dia antes é ideal. 


Tire o talo da salsinha e corta bem picadinha. Descasque a batata e a cebola e corte em rodelas.


Espalhe as batatas no fundo de uma assadeira. Coloque uma camada de batata, uma de bacalhau, uma de cebola. Repita o processo, colocando uma camada de cada um dos ingredientes.


Depois, acrescente azeitonas e a salsa picada para decorar, e regue com bastante azeite.


Coloque o pirex coberto com papel laminado no forno pré-aquecido em temperatura média. Retire do forno quando as cebolas que cobrem o prato estiverem douradas


Decore com ovos cozidos e o prato está pronto.












Via-Sacra das Igrejas acontece nesta manhã no Centro de João Pessoa

Via-Sacra das Igrejas acontece nesta manhã no Centro de João Pessoa
A Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes, com o apoio das equipes de Liturgia, Encontro de Casais com Cristo (ECC) e Encontro de Jovens com Cristo (EJC), promove na próxima sexta-feira (3), às 6h, a tradicional Via-Sacra das Igrejas, que é realizada desde 1971 em João Pessoa. 
O evento que faz parte da programação religiosa da Semana Santa, em João Pessoa, e reúne centenas de fiéis na igreja matriz de Nossa Senhora de Lourdes, localizada na Rua das Trincheiras, percorrendo igrejas e capelas do Centro da cidade.
Durante a Via-Sacra, que sai da matriz de Nossa Senhora de Lourdes, os fiéis vão visitar 13 igrejas e capelas, todas localizadas no Centro, que vão representar os caminhos percorridos por Cristo em direção ao calvário para a crucificação, retornando depois ao ponto inicial. Cada igreja ou capela vai simbolizar uma das 15 estações. Em cada uma delas haverá louvores. 
Os fiéis vão seguir em direção à Igreja das Mercês, passarão pela Igreja de Nossa Senhora do Carmo, depois vão ao Mosteiro de São Bento. Em seguida, à Basílica de Nossa Senhora das Neves, de onde seguirão para a Igreja de São Francisco, e logo após para Igreja Santa Terezinha, no Bairro do Roger. 
Da igreja Santa Terezinha, a Via-Sacra retorna com o seguinte percurso: Capela do Colégio João XXIII; Igreja Mãe dos Homens; Capela do Colégio Pio X; Capela do Hospital Santa Isabel, Capela do Colégio das Lourdinas; Capela do Instituto Dom Úrico; Capela da Maternidade Cândida Vargas, finalizando na Matriz de Nossa Senhora de Lourdes. 
O evento - A celebração da Via Sacra consiste na oração mental de acompanhar o Senhor Jesus em seus sofrimentos conhecidos como a paixão de Nosso Senhor, a partir do Tribunal de Pilatos até o Monte Calvário. Essa maneira de meditar e louvar teve origem no tempo das Cruzadas (século X). Os fiéis que peregrinavam na Terra Santa e visitavam os lugares sagrados da Paixão de Jesus continuaram recordando os passos da Via Dolorosa de Jerusalém. 
Em suas pátrias, compartilharam esta devoção à Paixão. O número de 14 estações fixou-se no século XVI, como forma de simbolizar parte do caminho de Jesus durante sua vida terrena: do Monte das Oliveiras, onde no "horto chamado Getsemani" (Mc 14,32) o Senhor foi "presa da angústia" (Lc 22,44), até o Monte Calvário, onde foi crucificado entre dois malfeitores (ver Lc 23,33), e ao jardim onde foi sepultado em um sepulcro novo, escavado na rocha (ver Jo 19,40-42).

Click

Dilma avalizou contrato de estaleiro envolvido em fraude

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A Operação Lava Jato já concluiu que, a partir de 2010, pelo Estaleiro Rio Grande, escoaram propinas de cerca de R$ 100 milhões para os cofres do PT e aliados. A constatação foi extraída a partir de delações premiadas, dentre elas a do ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, e de Gerson Almada, vice-presidente da Engevix. A partir das próximas semanas, o Ministério Público terá acesso a um outro capítulo sobre as falcatruas que envolvem o estaleiro e, pela primeira vez, um documento com a assinatura da presidente Dilma Rousseff será apresentado aos procuradores que investigam o Petrolão. Trata-se do contrato que deu início a implementação do Estaleiro Rio Grande, em 2006. Dilma, na época ministra da Casa Civil, assina como testemunha. Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras e hoje na cadeia, assina como interveniente, uma espécie de avalista do negócio.

O documento será entregue aos procuradores por um ex-funcionário da Petrobras que resolveu colaborar com as investigações, desde que sua identidade seja preservada. Ele atua há 30 anos no setor de petróleo e durante 20 anos trabalhou na Petrobras. Além do contrato, essa nova testemunha vai revelar aos procuradores que desde a sua implementação o Estaleiro vem sendo usado para desviar recursos púbicos e favorecer empresas privadas a pedido do PT. Na semana passada, a testemunha antecipou à ISTOÉ tudo o que pretende contar ao Ministério Público. Disse que o contrato para a implementação do Estaleiro é fruto de uma “licitação fraudulenta, direcionada a pedido da cúpula do PT para favorecer a WTorre Engenharia”. Afirmou que, depois de assinado o contrato, servidores da Petrobras “foram pressionados a aprovar uma sucessão de aditivos irregulares e a endossarem prestações de contas sem nenhuma comprovação ou visivelmente superfaturadas”. Um mecanismo que teria lesado a estatal em mais de R$ 500 milhões.

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O contrato que os procuradores irão receber foi assinado em 17 de agosto de 2006. O documento tem 43 páginas e trata sobre a construção física do estaleiro. De acordo com as revelações feitas pelo ex-funcionário da Petrobras, para escapar do rigor da lei das licitações, a estatal incumbiu a Rio Bravo Investimentos DTVM de conduzir a concorrência. O processo licitatório, segundo a testemunha, foi dirigido de modo que a WTorre superasse outras gigantes do setor e fechasse um negócio de R$ 222,9 milhões para erguer a infraestrutura física do estaleiro adequado à construção de plataformas semi-submersíveis. “A Camargo Corrêa chegou a oferecer uma proposta melhor do que a da WTorre, mas depois a retirou e apresentou outra com valor muito maior”, lembra o ex-funcionário da estatal. “A gente ouvia que a WTorre estava ajudando o PT em São Paulo e deveria ficar com a obra. Havia uma forte pressão da cúpula do PT”. O ex-funcionário da Petrobras não diz nomes, mas os procuradores da Lava Jato têm informações de que o ex-ministro Antônio Palocci seria o consultor da WTorre nessa operação. Tanto Palocci como a empreiteira negam. A WTorre afirma que participou de uma concorrência absolutamente regular, cumpriu com sua parte no contrato e posteriormente vendeu os direitos de exploração do estaleiro.
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Finalizada a concorrência para a montagem do Estaleiro, a Rio Bravo voltou à cena, segundo a testemunha, tornando-se gestora do negócio e adquirindo os direitos decorrentes da construção e do contrato de locação por dez anos. “A Rio Bravo converteu esses direitos em quotas do fundo imobiliário que foram adquiridos pela Petrobras (99%). Deu-se então outra operação heterodoxa: uma emissão de certificados de recebíveis imobiliários (CRI), gerando assim uma receita antecipada para os envolvidos na negociação. Em contratos públicos, normalmente a empreiteira só recebe após a comprovação de que realizou determinada etapa de uma obra. Nesse caso, o dinheiro caiu antes na conta”, afirma a testemunha. De acordo com o ex-funcionário, “a Petrobras assumiu todo o risco e bancou 80% do empreendimento”. Para o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho, toda a operação precisa ser apurada. “A presidente Dilma referendou um contrato repleto de suspeição, fruto de uma operação extremamente nebulosa, ao lado de um ex-diretor da Petrobras que foi preso pela Operação Lava-Jato. Caberá à CPI e à força-tarefa da Lava-Jato se debruçar sobre esse fato”, disse o parlamentar. Mendonça Filho ressalta que o contrato entre a Rio Bravo e o Estaleiro Rio Grande “é o primeiro documento nas investigações da Petrobras com a assinatura da então ministra e hoje presidente Dilma”. Para o líder parlamentar, a Petrobras foi “irresponsável”. “Tudo isso mostra uma relação absolutamente promíscua, que claramente lesa o interesse da própria empresa e repete a conexão de alimentação ilegal do sistema político”, afirmou.
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Ao revelar o que sabe para os procuradores da Lava Jato, a nova testemunha vai complicar a situação de Renato Duque e de Pedro Barusco. Segundo o ex-funcionário da estatal, em sua delação premiada Barusco omitiu o que ocorrera antes da venda do Estaleiro pela WTorre a Engevix, que conduziu as negociações para a compra dos navios-sonda, que renderam propinas de R$ 40 milhões ao PT. “A delação do Barusco se refere a algo posterior, depois que o estaleiro foi vendido pela WTorre para a Engevix e o Funcef. Mas, não sei por que razão, ele preferiu não dizer o que aconteceu antes disso”, disse o funcionário. Barusco, segundo a testemunha, acompanhou a obra do estaleiro desde a assinatura do contrato de 2006. “Tivemos algumas reuniões com ele. Era muito gentil e objetivo. Fazia perguntas técnicas sobre o projeto”, lembra. Para o trabalho “político”, o sub de Renato Duque também tinha um sub, o gerente de Implementação de Projetos, Antonio Carlos Alvarez Justi, apelidado de Barusco do Barusco.
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Outra fraude, revelada pelo ex-funcionário da Petrobras se refere a aditamentos milionários. De agosto de 2006 a setembro de 2010, segundo a testemunha, foram assinados 12 aditivos, tanto para reajuste do valor do contrato como para o alargamento de prazos. Alguns desses aditivos, de acordo com a testemunha, foram justificáveis, outros não. “Sempre a decisão política prevaleceu sobre a técnica”, diz. Em 2007, a Petrobras anunciou que encomendaria ao estaleiro, além das plataformas submersíveis, cascos de navios-sonda. Com isso, o projeto precisou ser ampliado. Foi firmado um novo contrato de R$ 216,8 milhões, totalizando R$ 440 milhões. Em 2008, a WTorre entrou com pedido de um aditivo de R$ 365 milhões. “Criou-se uma comissão de negociação para avaliar o pleito e o Justi cobrou uma solução rápida. Ele estipulou o prazo de 30 dias para a comissão analisar o pleito e elaborar a minuta do contrato, algo humanamente impossível”, revelou a testemunha. Justi, de acordo com o funcionário, resistia a que o tema fosse levado ao Departamento Jurídico da Petrobras por não querer questionamentos. Nesse caso, porém, uma comissão interna da estatal reagiu. Providenciou uma auditoria nas planilhas de custos apresentadas pela WTorre revelando que pelo menos R$ 150 milhões do total do aditivo solicitado eram injustificáveis. “Eram valores sem comprovação. Custos forjados para superfaturar o valor do contrato”, afirmou o ex-funcionário. Mas o alerta feito pela comissão interna da Petrobras não surtiu o efeito desejado. Dois anos depois, conforme planilhas da Rio Bravo, o valor da obra alcançou R$ 711,6 milhões. E, graças a uma nova suplementação de recursos, ao final, a obra foi orçada em R$ 840 milhões.
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Em 2010, foi anunciada a venda do Estaleiro Rio Grande para a Ecovix, uma companhia criada pela Engevix em parceria com o Funcef. Embora o negócio só tenha sido oficializado em junho, há indícios de que a transação já estava acertada nos bastidores desde o início do ano. A testemunha conta que Gerson Almada, vice-presidente da Engevix atualmente preso pela PF, foi comemorar o acerto num bar bastante reservado, localizado no interior de uma loja de bebidas no Centro do Rio. “Ele estava muito animado. Todos que estavam na mesa riam muito”, lembra. Para formalizar o negócio da Engevix com a Funcef, segundo a testemunha, Almada teria recorrido novamente aos préstimos de “um cacique do PT”. “O Almada nunca escondeu que contava com o apoio da cúpula do partido”, afirma a testemunha. À imprensa, a Engevix anunciou que todo o negócio envolvendo a compra do Estaleiro custou R$ 410 milhões. Para o ex-funcionário da estatal, “o valor real foi pelo menos o dobro.”
Com as revelações dessa nova testemunha, o Ministério Público deverá aprofundar a investigação em torno dos negócios envolvendo o Estaleiro Rio Grande. Os procuradores, no entanto, não poderão dar maior atenção ao fato de Dilma ter assinado o contrato. Caso encontrem indícios de crime no documento, todas as provas serão submetidas ao STF, dado ao foro privilegiado da presidente, que não pode ser investigado em primeira instância. No universo político a reação é outra. O deputado Mendonça Filho já adiantou que pedirá que a CPI entre no caso. A construção do Estaleiro Rio Grande já havia motivado requerimentos dos deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Eliziane Gama (PPS-MA). Valente pedirá prioridade na convocação do ex-ministro Antonio Palocci, depois que reportagem publicada na semana passara por ISTOÉ revelou que ele teria intermediado repasses ao PT a partir de consultorias para a WTorre.
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O fato de assinar o contrato não implica nenhum malfeito ou crime à presidente Dilma Rousseff. No entanto, especialistas ouvidos por ISTOÉ criticam o modelo de contratação do negócio e a participação da Petrobras como interveniente no contrato assinado por Dilma. O advogado Roberto Schultz, especialista em contratações públicas, acha que é importante analisar, no conteúdo do contrato, em que base se deu a participação da Petrobras. Segundo ele, é incomum ver uma empresa estatal ou de economia mista entrando como um terceiro num contrato entre empresas privadas. Esse interveniente geralmente é um “avalista” do acordo para casos de descumprimento de obrigações contratuais. “É muito raro. É difícil imaginar que alguém de uma empresa do porte da Petrobras colocaria seu carimbo em um contrato. Quando algo é muito feio você não diz que é feio, você diz que é diferente. Acho que é o caso”, afirma. A presença de Dilma e da Petrobras no contrato, segundo ele, espelharia o nível de envolvimento desses agentes com o projeto. “Mostra que as empresas envolvidas têm muita força, muita influência política”, diz. Schultz ressalta que “não faz sentido Dilma subscrever o contrato nem como ministra da Casa Civil nem como presidente do Conselho de Administração da Petrobras”. “Conselheiro não é um cargo de administração.”
Também atuante na área de contratos empresariais, a advogada Suelen Santos avalia como “atípica” a participação de autoridades públicas como “testemunhas” no contrato. No caso, apenas “sócios” ou administradores legitimamente constituídos deveriam avalizar o negócio. Ela lembra que a presença de testemunhas é um requisito para casos de litígio. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República afirmou através de nota que a “instalação do Estaleiro Rio Grande é parte do programa de desenvolvimento da indústria naval brasileira. A produção no Brasil de equipamentos e bens para a exploração do pré-sal constitui uma grande ação de governo, gerando emprego e renda, ampliando as condições de crescimento da economia”.

Istoé