Atrasos no repasse de recursos do Governo Federal têm prejudicado as construtoras que executam obras por meio do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) em João Pessoa. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil em João Pessoa (Sinduscon-JP), Fábio Sinval, a situação já está provocando desligamento de trabalhadores, principalmente porque o problema se soma à desaceleração que o setor da construção civil vem enfrentando por conta da pouca geração de empregos e da redução de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Para Sinval, o problema atinge principalmente as construtoras que trabalham com a faixa 1 do programa. “É um problema nacional. Estão atrasando repasse no país inteiro. São atrasos de 60 a 90 dias pelas informações que temos recebido”, contou Sinval. Ele disse ainda que devido à situação, já ocorrem demissões de trabalhadores.
“As demissões estão acontecendo porque o setor todo vem passando por uma desaceleração. O PAC também está atrasado e não tem mais tanta obra. Além disso, a faixa 1 do programa Minha Casa já trabalha com uma lucratividade pequena e atrasando o pagamento prejudica empresas”, explicou.
Na faixa 1 do programa, a construtora é contratada para realizar a obra e recebe o pagamento do governo através da Caixa Econômica Federal, conforme explicou Sinval. Ele disse que as informações que chegam até o sindicato dão conta de que estaria faltando dinheiro para o projeto. “Mas eles negam”. Com cinco meses consecutivos de baixa no emprego, a construção civil acumula, até fevereiro, um saldo negativo de 3.227 postos na Paraíba, sendo quase metade (1.502) em João Pessoa.
O Governo Federal prometeu na segunda-feira (23) que vai acelerar o pagamento das obras do MCMV e contratar as que já foram acordadas com movimentos sociais.
O anúncio vem após a realização de protestos em todo o país por grupos sociais do campo. Na Paraíba, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chegaram a bloquear 11 trechos de rodovias federais e estaduais em todo o Estado, além de invadir agências da Caixa e do Banco do Brasil em João Pessoa.
De acordo com assessores dos ministérios do Planejamento e da Secretaria-Geral da Presidência, a terceira fase do programa habitacional está sendo discutida em reuniões setoriais com representantes dos movimentos sociais e da construção civil e deve ser lançada ainda neste ano.
“Nos próximos 15 dias, o governo vai agilizar o fluxo de pagamento das obras em andamento, contratar o que foi acordado com os movimentos no ano passado e continuar as discussões da terceira fase do programa com os movimentos sociais”, informou o governo, em nota.
“Nos próximos 15 dias, o governo vai agilizar o fluxo de pagamento das obras em andamento, contratar o que foi acordado com os movimentos no ano passado e continuar as discussões da terceira fase do programa com os movimentos sociais”, informou o governo, em nota.
G1PB
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